Aprígio Mendes Filho

APRÍGIO MENDES FILHO (Cadeira 10)

Ormando Rodrigues Campos

Membro Titular da Cadeira 10 da A C M

Aprígio Mendes Filho nasceu em Acaraú-Ceará, no dia 17/08/1934, filho do casal Aprígio Mendes da Silva e Hermenegilda Oliveira e Silva.

Tendo perdido seu genitor, mesmo antes de nascido ficou, como não poderia deixar de ser, aos cuidados de sua mãe que, para poder arcar com as despesas inerentes à manutenção da família, exercia a profissão de parteira na cidade.

Para cumprir esse mister, D. Hermenegilda, com frequência e responsabilidade vinha a Fortaleza reciclar-se na especialidade, sob a orientação dos renomados obstetras César Cals de Oliveira e José Ribeiro Frota, na Maternidade Dr. João Moreira.

Recebendo assistência carinhosa e vigilante de sua mãe, Aprígio teve uma infância típica de uma criança do interior nordestino.

As preocupações com sua educação fizeram com que a mãe solicitasse o auxílio do Padre João Batista, educador do Internato João Bosco, fato que muito marcou sua vida ao absorver ensinamentos de um mestre com conhecimentos multidisciplinares e dedicado à sua educação,

Terminados os estudos primários e ainda sob a orientação do Padre João Batista, veio para Fortaleza aos 14 anos, ficando sob a regência de um tio aqui residente.

De pronto e com ajuda do tio, logo procurou trabalho com objetivo de custear suas despesas pessoais. Foi assim que iniciou nova vida: trabalhando e estudando no Liceu do Ceará, onde foi matriculado.

Vencida a etapa estudantil dos cursos primário, secundário e científico, tentou em 1957, o Vestibular de Odontologia tendo sido aprovado. Mas, como vocacionado, abandonou Odontologia e, em 1958, prestou novo Vestibular, dessa vez para Medicina, tendo sido aprovado para a décima turma da novel Faculdade de Medicina do Ceará.

No decorrer do curso médico interessou-se pela histologia estudando e trabalhando como monitor da cadeira.

Terminado o curso médico seguiu para a cidade de São Paulo, onde especializou-se durante os anos de 1964/65, sob a orientação do Professor Luís Carlos Junqueira.

De volta ao Ceará, passou a ser professor assistente da Universidade Federal do Ceará (UFC), sob o regime de tempo integral e dedicação exclusiva, seguindo uma excelente e continua escalada na progressão do magistério médico, partindo da monitoria; foi sucessivamente professor assistente, professor adjunto, sempre por concurso público, e, finalmente, após sua defesa de Tese de Doutorado, chegou a professor titular.

Dr. Aprígio notabilizou sua carreira no magistério pela exigência no cumprimento de suas obrigações, solicitando a mesma postura de seus alunos o que lhe custou a alcunha de “Carcará”. Tal fato não o levou a modificar seu comportamento sempre pautado na justiça e na cordialidade com seus alunos.

A um profissional desse jaez, não seria surpresa os numerosos convites para lecionar em universidades do país e do exterior.

Nada impediu que fosse um excelente e incansável pesquisador em sua especialidade, participando de numerosos congressos, apresentando trabalhos que foram publicados em revistas de âmbito nacional.

Ocupou na UFC os cargos de Chefe do Departamento de Morfologia do Centro de Ciências da Saúde (1986/87); Pró-Reitor de Administração (1987/91), Assessor do Gabinete do Reitor (1995) e foi Superintendente do Instituto José Frota (1997).

Foi um dos pilares da UFC, tendo participação efetiva na organização dos cursos de medicina da UFC nas cidades de Barbalha e Sobral.

Ao lado de suas atividades no magistério, Aprígio foi eleito membro titular da Cadeira 10 da Academia Cearense de Medicina em 1995.

Como não poderia deixar de ser, logo sobressaiu seu interesse organizacional, tendo sido convidado no ano seguinte para integrar a Diretoria como Membro do Conselho Fiscal da ACM, galgando, como no magistério, as posições de Vice-Presidente em 1996/97 e Presidente em 1998. Esse dinamismo foi uma parcela marcante de seu caráter empreendedor.

Era membro da diretoria do Conselho Regional de Medicina do Ceará e da Pan-American Association of Anatomy. Recebeu a Medalha Jurandir Picanço do Jubileu de Ouro da Faculdade de Medicina da UFC.

Faleceu em 10 de janeiro de 2016, deixando viúva a Sra. Solange Farias de Castro, com quem teve três filhas: Márcia, Solange e Cristiane.