José Lourenço de Castro e Silva

O Dr. Jose Lourenço de Castro e Silva nasceu em Aracati, em 3 de agosto de 1808, filho do Major Manuel Lourenço da Silva e de Dona Maria do Carmo Sabina, o nosso patrono teve 11 irmãos, e casou em 29 de outubro de 1836 com dona Maria Amélia de Brito e Castro, natural do Rio de Janeiro.

O Dr. Jose Lourenço aprendeu o primário e secundário bem como também latim na vila de Aracati e seguiu viajem para o Rio de janeiro aos 21 anos de idade, lá chegando cursou filosofia e letras antes de ingressar em 1832 na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, depois Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A carta de cirurgião foi outorgado em 1837.

Ao chegar no Ceará, com proposta de emprego de um conto e duzentos mil réis, foi tentado ardil contra sua posse pelos amigos do então Presidente da Província Manuel felizardo, tentaram um outro médico, mas o Major Facundo tio de Jose Lourenço era presidente da Assembleia Provincial,e  conseguiu desfazer o plano, depois de 2 demissões e readmissões foi entoa diminuído seu salário para oitocentos mil reis lhe aumentaram as atribuições, tinha que tratar os pacientes na capital e interior, além de aplicar vacinas antivariólicas , fazer os medicamentos e entregar todos medicamentos por sua conta, e dar atendimento dos soldados.

Como médico da Inspetoria de saúde Pública do Ceará, pois nas epidemias de cólera e febre amarela foi o mais trabalhador, fez inúmeros relatórios. Ele próprio vítima de febre amarela  juntamente com Dr. Castro Carreira escaparam por pouco.

Escreveu “O Jiquirity  nas Ophatalmias Granulosas”, “Breve considerações sobre a climatologia do Ceará precedidas de uma ligeira  descrição da cidade e subúrbios”, publicado no anais brasilienses de Medicina em 1849/50, apresentou a tese” Ligeiras observações sobre algumas enfermidades dos órgãos anexos ao globo ocular e a ophtalmia aguda geral” publicada em 1850 no Rio de Janeiro. Recomendava que não devia perder o paciente de vista, como também não só examinar os olhos, o paciente era um todo, mas recomendava sangrias para as conjuntivites e em ultimo caso usava o nitrato de prata.

Sobre a Climatologia do Ceará e subúrbios, falou da vida tranquila dos habitantes com um sol brilhante mas ao mesmo tempo com brisa e que até aquele momento não havia um caso de suicídio, e que o clima evitava “sezões” e a “ phytisica”, e que as doenças mais frequentes era a gastrose, pneumonias, pleurises, catarrhos, rheumatismos e ophtalmia.

Teve outras participações, foi professor de Frances no Lyceum Provincial, que lhe propiciou o titulo de comendador da ordem de Cristo.

Foi ainda eleito deputado para três biênios (1838-1839, 1840-1841, 1846-1847) pelo partido liberal, embora naquela época quem dominava apolítica no Ceará era o partido conservador, neste período conturbado e de autoritarismo, houve tentativas de movimento revolucionário como os do “ Patriarcas invisíveis” do qual Jose Lourenço participou a nível e Brasil, mas a maior controvérsia se deve ao episodio de envenenamento da assembleia, no qual o Major Facundo tio de Jose Lourenço e chefe do partido liberal estava em disputa na assembleia e em desvantagem, sendo o presidente da mesa o Dr. Jose Lourenço, colocou arsênico e tártaro emético na água, e os que beberam pouca quantidade tiveram vômitos e não conseguiram votar, já outros tiveram consequências mais sérias, e a confusão foi grande nos pasquins da cidade, em 1846 ajudou a fundação do jornal liberal “ O cearense”, inaugurou a iluminação de Fortaleza com azeite de peixe, e instalou em 1845 o Liceu do Ceará.

Devido estas posturas era considerado santo para alguns e demônios pelos conservadores, nas palavras do Dr. Aluyzio Soriano Aderaldo, o Patrono da cadeira 33 deste sodalício, foi mais uma vítima de inveja de espíritos mesquinhos, sua figura exponencial na justiça de Deus na voz da história o fez imortal, perenizando com um nome de rua e também na Academia de Medicina Cearense.

Teve um filho, seu homônimo, nascido em Pesqueiro-Pernambuco por onde trabalhou por pouco tempo, vindo este a ser médico e falecendo em 1881.