João Capistrano da Mota

João Capistrano da Mota nasceu na cidade cearense de Pedra Branca a 23 de outubro de 1889, sendo seus genitores Leonardo Ferreira Mota e Maria Cristina Mota. Era, portanto, irmão de Leonardo Mota, o notável intelectual e folclorista cearense.

João Capistrano Mota fez seu curso primário em Quixadá, estudado em seminário a partir de 1900. Posteriormente, em Fortaleza ingressou no Colégio São João, até o 4º ano dos estudos preparatórios, completando os dois anos restantes no Liceu do Ceará.

Seguiu para Salvador, onde ingressou, em 1911, no primeiro ano do curso médico. Do 3º ano em diante, foi Interno Oficial do Hospício de Alienados da Bahia. Doutorou-se em 28 de dezembro de 1916, mediante defesa de tese sobre “Estudo Médico-Forense das alucinações”, assunto relacionado com a vida acadêmica, sendo aprovado com distinção.

De regresso ao Ceará iniciou sua vida clínica em Quixeramobim. Em setembro de 1917 foi comissionado pelo governo do Estado, então sob João Thomé de Saboia e Silva, para combater, durante um ano, uma epidemia de lesões cutâneas que grassava pelos municípios de Independência, Tamboril e Crateús. No início de 1918, voltou a clinicar em Quixeramobim, e em setembro do mesmo ano transferiu-se para Maranguape, onde permaneceu até novembro de 1919.

Por interveniência do seu irmão Leonardo Mota, então oficial de Gabinete do Presidente do Estado - João Thomé, aceitou o cargo de médico da força pública do Estado, transferindo-se para Fortaleza. Cinco anos depois, em 1924, no governo do desembargador Moreira da Rocha, solicitou exoneração daquele cargo público, passando a trabalhar como diretor do jornal “Correio do Ceará” de propriedade do seu sogro, Sr. Álvaro Cunha Mendes.

Realizou publicações naquele órgão de imprensa e na revista do Centro Médico cearense. Nesta divulgou dados biobibliográficos de vários médicos cearenses (Alfarrábios do Doutor Mota), importante documento que enriquece o acervo da biblioteca da Academia Cearense de Medicina.

Em janeiro de 1930 voltou ao Serviço de Saúde Pública do Estado, tendo exercido, em períodos diferentes, as seguintes funções: Médico do Serviço de Profilaxia da Lepra e Doenças Venéreas; Assistente do Dispensário Oswaldo Cruz; Inspetor Sanitário da Diretoria de Saúde Pública e logo depois Chefe dos Serviços de Polícia Sanitária; Diretor de Saúde Pública do Estado, onde fez jus a elogios “pela lealdade e rigorosa noção de cumprimento do dever” e Chefe do Serviço Estadual de Fiscalização da Medicina.

Exerceu também, por 20 anos, as funções de Assistente de Clínica Cirúrgica da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza.

Faleceu em Fortaleza em 7 de julho de 1978, aos 88 anos de idade, em pleno uso da razão.