Carlos Alberto de Sousa Tomé

CARLOS ALBERTO DE SOUZA TOMÉ (Cadeira 18)

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da cadeira 18 da ACM

Carlos Alberto de Souza Tomé nasceu em Itapipoca-CE, em 16 de março de 1934, sendo o terceiro filho do casal Rodolfo Tomé da Cunha, profissional autônomo, e Branca de Sousa Tomé, professora primária. Ainda criança, mudou-se com a família para Fortaleza, cidade que o acolheu como filho ilustre.

Teve as suas primeiras letras em casa, com a mãe professora que o alfabetizou. Estudou em Itapipoca, o Primário e parte do Ginasial, que concluiu no Liceu do Ceará, em Fortaleza, em 1950. Nesse estabelecimento de ensino prosseguiu a sua formação escolar, terminando o Científico em 1953.

Entrou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1955, formando-se em 1960. Ainda como estudante de Medicina, trabalhou no Laboratório Gaspar Viana, durante seis anos, sob a direção dos doutores José Banwarth Bezerra, Raimundo Vieira da Cunha e Joaquim Eduardo de Alencar.

Após sua diplomação, ingressou no Laboratório Gaspar Viana, no qual trabalhou nove anos tutorado pelo Dr. José Banward Bezerra e pelos professores Joaquim Alencar e Raimundo Vieira Cunha, que lhe ofereceram respaldo para a obtenção do título de especialista em Patologia Clínica. Nesse laboratório atuou na Campanha de Erradicação do Calazar, sob a chefia do Professor Joaquim Eduardo de Alencar.

Em 1962, assumiu a Chefia do Laboratório Central do Instituto Nacional da Previdência Social, aí permanecendo até 1968, quando foi convidado pelo Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, quando da instalação do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), para montar o Laboratório Patologia Clínica do HGF, o que fez e o dirigiu durante doze anos, imprimindo alta qualidade nos exames laboratoriais dessa unidade hospitalar.

Tornou-se especialista em Patologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, título reconhecido pela Associação Médica Brasileira em 1971. Como aprimoramento profissional, teve a oportunidade de realizar vários cursos em Fortaleza, São José dos Campos, Recife e Salvador, e participar de diversas reuniões científicas relacionadas à sua especialidade, com apresentação de temas livres, participação em mesas redondas, relator de temas e conferencista, somando quase uma centena de atividades.

Em 1971, criou o Laboratório Clementino Fraga, ao qual dedicou o primor dos seus esforços e o fervor de suas aspirações, para a nossa capital contar com um laboratório de qualidade comparável aos melhores do Brasil, tendo sido um dos primeiros da região a ser automatizado. Esse laboratório implementou substanciais melhorias no suporte diagnóstico e também em pesquisas clínicas e marcou época por seu pioneirismo ao introduzir inovações tecnológicas, permitindo que exames laboratoriais mais sofisticados pudessem ser realizados no Ceará.

A ele se deve a vanguarda da entrada em cena em Fortaleza, no âmbito particular, da Medicina Nuclear de forma integrada à Patologia Clínica, à conta da criação do Instituto de Medicina Nuclear, com licença expedida no Rio de Janeiro pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em 28/02/1978.

Tomou posse na Academia Cearense de Medicina (ACM), em 9 de maio de 1997, na Cadeira 18, patroneada pelo Acad. Joaquim Eduardo de Alencar, sendo recepcionado na ocasião pelo Acad. José de Aguiar Ramos.

Carlos Alberto de Souza Tomé, carinhosamente conhecido por Bebeto, teve os seguintes filhos: Carlos Henrique (engenheiro), Luiz Carlos (administrador), Luiz Carlos (empresário), Maria Cláudia (empresária) e Daniela (médica patologista clínica), os quais, com diligência e tino gerencial, dão continuidade ao Laboratório Clementino Fraga, expandindo-o e fazendo dele um dos melhores e mais acreditados serviços de Patologia Clínica do Ceará.

Faleceu, prematuramente, aos 61 anos de idade, em Fortaleza, em 6 de maio de 2005, quando se encontrava no apogeu da sua capacidade laboral, deixando uma lacuna de difícil preenchimento na área da Medicina Laboratorial cearense.

Carlos Alberto de Sousa Tomé dedicou ao trabalho seriedade e a própria vida. De maneira simples e direta, Carlos Alberto deixou à posteridade a seguinte mensagem: “Que todos procuremos construir nosso futuro, seja qual for a atividade que realizemos, buscando constantemente atingir um bom nível de qualidade.”

* Biografia baseada em:

RAMOS, José de Aguiar. Discurso de Saudação aos Novos Acadêmicos. Anais – Academia Cearense de Medicina. v. 8, ano 8, 1999. p. 121-129. Discurso proferido na Sessão Solene da Academia Cearense de Medicina em 13/02/2009.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Discurso de Posse na Academia Cearense de Medicina. Anais – Academia Cearense de Medicina. v. 14, ano 14, 2010. p. 77-87. Discurso proferido pelo Acadêmico José de Aguiar Ramos, saudando os novos Acadêmicos empossados em 09.05.97.