Caetano Ximenes Aragão

CAETANO XIMENES ARAGÃO (Cadeira 39)

José Eduilton Girão

Membro titular da cadeira 39 da ACM

Caetano Ximenes Aragão, filho de Roberto Ximenes de Aragão e de Edite Ximenes Aragão, nasceu em 24 de fevereiro de 1927 na então Vila de São José de Alcântaras, atual cidade de Alcântaras, Ceará.

Suas primeiras letras as teve com o Professor Chico Frota, na própria Vila São José. Em face do seu grande interesse pelos estudos, o seu pai, dentro do contexto de oitos filhos, passou a dedicar-lhe especial atenção, a ponto de manda-lo para Sobral, onde concluiu o Curso Primário e, em seguida, para Fortaleza, cursando o Ginasial no Colégio Castelo. Assíduo leitor, já escrevia poesias. O Curso Científico foi feito no Colégio Carneiro Ribeiro, em Salvador, Bahia.

Na tradicional Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, na capital baiana, fez o curso médico, tendo se formado em 15 de dezembro de 1952, como o mais jovem concludente da sua turma, da qual foi o orador oficial.

Retornando ao Ceará, foi para a sua Alcântaras natal.  Lá, passou a dar consultas gratuitamente, durante um mês, para os pobres do município. Em seguida, foi nomeado para trabalhar em Tianguá, onde também exerceu a profissão com desvelo, competência e humanitarismo.

Pelos seus méritos, foi transferido posteriormente para Fortaleza, onde continuou a labutar prioritariamente no Serviço Público (Ex-SAMDU, Ex-INAMPS, Instituto Dr. José Frota e Hospital Geral de Fortaleza).

Clínico de grande envergadura e vocação socialista, emprestava dedicação plena no cuidado com os pacientes, beneficiando-os em todo o seu contexto bio-psico-social. Não recusava atividade na área privada, mas regozijava-se ao desempenhar a sua competente atividade hipocrática ao nível do serviço público.

Prestou, igualmente, importante colaboração ao associativismo médico, tendo sido Delegado do Centro Médico Cearense (atual Associação Médica Cearense) junto à Associação Médica Brasileira, por duas gestões e Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC).

Em face da sua importância maior no seio da classe, foi escolhido como Membro Titular da Academia Cearense de Medicina, Cadeira No. 29, de que é Patrono João Estanislau Façanha.

Ao lado da sua devoção à prática humanitária e competente da Medicina, Caetano era um notável literato, possuidor de rica veia poética, de cuja produção as principais obras são: O Pastoreio da Nuvem e da Morte (1975); Romanceiro de Bárbara (1980); Sangue de Palavra (1981); Canto Intemporal (1982); Caetanias (1985); Ilha dos cornos (1996); Canto pela paz (2004). Estas duas últimas publicadas, post mortem.

No âmbito da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, Regional Ceará / SOBRAMES/CE e da Academia Cearense de Medicina (ACM), Caetano Aragão deu importantes contribuições. Nesta última, por exemplo, produziu tocante discurso ao saudar os novos acadêmicos que foram empossados em 20/09/1983, ocasião em que discorreu sobre A CIÊNCIA, O HOMEM E A ARTE.  Na ACM produziu também, dentre outras, as tocantes conferências “MODERNOS AFORISMOS MÉDICOS” e “CIÊNCIA DA VIDA – UTOPIA DO III MILÊNIO”.

Ainda sobre o médico, poeta e humanista Caetano Ximenes Aragão apraz ressaltar-se, ter tido ele uma vida familiar venturosa, a partir do matrimônio com sua Dulce, que conheceu quando ainda morava na Bahia. Tiveram quatro filhos: Ângela, Durval, Caetano Filho e Paulo.

No seio da atividade médica, da literatura da família, bem assim no concerto   de toda a sociedade, Caetano Ximenes Aragão patenteou uma figura suma.

Veio a falecer aos 68 anos, em Fortaleza, em 14/07/ 1995.

Biografia baseada em:

GIRÃO, José Eduilton. Clínica Médica no Ceará: passado & presente. 2.ed. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017.

GIRÃO, José Eduilton. Discurso do Acad. José Eduilton Girão ao tomar Posse na Cadeira 39 na Academia Cearense de Medicina. Anais – Academia Cearense de Medicina. v. 7, ano 7, 1998. p. 149-156.

RIBEIRO, José Blanchard Girão Ribeiro. Traços Biográficos do Poeta Caetano Ximenes Aragão. Anais – Academia Cearense de Medicina. v. 7, ano 7, 1998. p. 217-220.